Na sexta feira dia 4 foi o Dia do
Animal.
Na sala explorámos a caixa dos animais, falámos
de alimentação, habitat e vozes de alguns animais, partilhando saberes.
De seguida foi proposta uma saída
à rua para descobrirmos animais e ouvirmos as suas vozes (a nossa primeira
saída ao meio). Como o entusiasmo foi grande, deparámo-nos com algumas dificuldades:
caminhar na berma com algum silêncio para conseguirmos atingir os objetivos
propostos. No fim do passeio chegámos contentes e algo cansados, mas pudemos
ver cães, gatos, galinhas, borboletas e sardaniscas, mas nem por isso os
ouvimos!
Durante este ensolarado passeio e
após alguns alertas de regras de caminhar em segurança, uma menina disse em tom
de graça: “Era bom não haver adultos”, sendo logo secundada por um menino que
disse: “Boa, assim podíamos desarrumar tudo e ninguém nos mandava arrumar”!
Achei que estes ensejos destas
crianças não poderiam cair em saco roto! Durante o fim-de-semana estas afirmações
assolaram-me frequentemente à e ideia hoje de manhã propus uma reflexão
conjunta acerca dos adultos serem ou não necessários na vida das crianças.
As duas crianças continuaram a
argumentar a inutilidade da existência dos adultos nas suas vidas, porque
segundo elas, os adultos só servem para mandar fazer coisas que não gostam nem
querem fazer, principalmente arrumar, isto é só atrapalham! Perante a veemência dos argumentos
apresentados, houve contra argumentos: “ se estivesse tudo espalhado, caiamos e
magoávamo-nos!” ; “Os nossos pais é que nos
compram brinquedos novos”; "...os pais vão trabalhar... para ganhar dinheiro para comprar roupa, comida e brinquedos"; "Os adultos ajudam-nos a chegar às coisas altas!"; "As mães dão-nos comida quentinha!"; “…Parem!... isso que estão a dizer…apetece-me
chorar!... eu quero ter os meus pais!!!!”
Este menino fez os colegas sentir
que afinal os adultos são necessários e os pais são mesmo o seu porto seguro!
Esta reflexão conjunta é sintomática
de quanto algumas crianças não querem/conseguem ouvir/aceitar um não e de como
o não, apesar do incómodo de o dizer e de o ouvir, pode ter um papel educativo
no desenvolvimento da formação pessoal e social da criança.
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